Filhos de Pais Separados: Consequências
Filhos de Pais Separados: Consequências
Desequilíbrio de Rotinas
Os pais se separam e mudam a vida da família.
Uma queixa muito presente na orientação de pais, principalmente quando os pais se separam, é o desequilíbrio de rotinas.
Quando as crianças estão com a mãe, elas têm que fazer todas as "coisas chatas", próprias da rotina escolar (acordar cedo, ir pra escola, fazer lição de casa, dormir cedo, etc).
Quando as crianças estão com o pai (geralmente aos finais de semana), é só diversão (passeios, jogos, brincadeiras, sorvete, filmes, compras, dormir e acordar mais tarde, etc).
Algumas crianças se tornam rebeldes
Inevitavelmente, com o passar do tempo, o peso das tarefas chatas, associado às broncas e cobranças, vai desgastando o relacionamento com a mãe, principalmente no período da pré-adolescência em diante, quando as crianças começam a questionar e desafiar a autoridade dos pais.
Para evitar esse desgaste, que pode se tornar inclusive instrumento de chantagem por parte das crianças, entre outras queixas comportamentais, é necessário um diálogo entre os pais, e a divisão equilibrada, tanto das atividades escolares, quanto das atividades prazerosas.
Os pais organizam a rotina
O ideal é que esse combinado passe a valer assim que começarem as visitas ao segundo lar ou a guarda compartilhada.
Obviamente que a realidade do cotidiano do trabalho, estudos, e outras responsabilidades, nem sempre segue o planejamento ideal, porém, esse acordo é importantíssimo para a saúde mental das crianças e também dos responsáveis.
Para isso, é importante a flexibilidade de agendas, desde que, mantido um equilíbrio.
Quando esse diálogo não ocorre, seja por conta do atrito do ex-casal, seja pela dificuldade em organizar a vida pós divórcio, a tendência é o desequilíbrio da rotina e a sobrecarga do responsável que fica com a guarda.
A orientação psicológica é indicada nesses casos, e/ou psicoterapia para os pais, como suporte na organização da rotina nessa fase.
Sobrecarga
Outra queixa bastante presente, tanto na separação, quanto no contexto da pandemia de Covid-19, é a sobrecarga da mãe, que passa a ter que ser mãe 24 horas por dia.
Esta queixa é comum nas mães que possuem negócios ou empregos dos quais precisam e/ou gostam.
Geralmente, as mães se vêem obrigadas a interromper ou diminuir a carga horária dedicada ao trabalho, o que, além de reduzir a renda, gera uma enorme frustração, por não poderem mais se sentirem tão úteis, produtivas e felizes como antes, principalmente quando são mais de um filho em casa, alguns muito pequenos e dependentes, seja nos cuidados básicos, seja emocionalmente.
Nesses casos, uma melhor organização da rotina diária pode ajudar, principalmente se o pai puder contribuir, novamente, no equilíbrio dessas tarefas dos cuidados com os filhos, lição de casa, etc.
Num caso avançado, em que os papéis se cristalizaram, e a mãe ficou apenas com "a parte ruim" da vida em família, muitas vezes é indicada a psicoterapia, onde a mãe possa se resgatar e ressignificar seus papéis como mulher, mãe, profissional, empreendedora, ex esposa, filha, etc.
Culpa de quem?
Existem outros desdobramentos muito comuns em casos de separação, como ocasiões em que a criança desenvolve a crença de que os pais se separaram por culpa dela e/ou ainda, que é sua função reunir os pais.
A criança assume uma carga de sofrimento desnecessário e muito grande, e necessita de atenção, com psicoterapia, muito associada à orientação de pais.
Há outros casos em que a criança atribui a um ou os dois pais, toda a culpa pelo rompimento do lar, onde tudo era mais seguro, feliz, confortável e harmonioso. Esse sentimento pode acabar sendo nutrido pelos pais, ao desabafarem com os filhos, ou com outros adultos, mas na frente das crianças, sobre o sofrimento "causado pelo outro".
Em geral essas crianças sentem-se frustradas, tristes e com raiva de si mesmas, dos pais, dos outros. Sentem-se muitas vezes envergonhadas em eventos onde os demais filhos estão com seus pais juntos e elas não.
O diálogo honesto é o melhor caminho, se possível com os dois pais juntos da criança, onde fique bem claro que a decisão é deles, compete somente a eles, e que nem por isso a criança ficará sem o amor, o suporte e o carinho dos pais, assim como nada disso é função ou culpa dela.
É importante que fique claro que a decisão mais saudável para todos foi tomada por quem de direito e dever.
Quando os pais não conseguem dialogar, tudo tende a gerar mais queixas, e a orientação de pais, associada à psicoterapia pode ser um caminho viável para solucionar esses conflitos, reorganizar os relacionamentos e permitir a todos, seguir em frente, da forma mais saudável possível.
Filhos de Pais Separados: Consequências - Por Darci Montanari
Lembre-se: em caso de sofrimento intenso, procure um profissional.
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