Luto, Tristeza, Depressão

Luto, Tristeza, Depressão

Luto, Tristeza, Depressão

O Luto

O luto é um processo pelo qual vivenciamos a perda de um ente querido, de um relacionamento, de uma relação institucional, enfim, quando um vazio toma conta de um espaço anteriormente preenchido, de forma irreparável.

Muitas vezes, perdemos alguém tão importante, que simplesmente não vemos mais sentido em nossas vidas sem aquela pessoa. O mundo parece não ter nenhum atrativo, a melhor comida parece não ter mais aquele sabor agradável, as festas passam a trazer memórias mais tristes do que alegres, a vida perde sua graça.

Nas perdas, um emaranhamento de sentimentos e emoções costuma surgir. Por vezes tristeza, culpa, alívio, frustração, desolamento, desamparo, entre outros, se alternam ou vêm misturados, dependendo da relação que tínhamos com a pessoa, o emprego, a cidade, enfim, com o que perdemos.

A Vida

Quando perdemos pessoas que nos amavam profundamente, incondicionalmente, temos a sensação de que o mundo fica também mais duro, menos compreensivo, e perdemos o porto seguro, aquela pessoa que nos elevava a autoestima, nos mostrava que éramos dignos de ser amados, que éramos capazes de superar desafios e tarefas difíceis, que podíamos contar com o apoio de alguém em quem confiávamos totalmente.

Quando perdemos pessoas com quem tínhamos relações permeadas por ambiguidades, contradições, alternância entre amor e ódio, a culpa e o alívio, costumam também se alternar, por vezes gerando remorso e arrependimento, aumentando o pesar, rebaixando a autoestima e estreitando nossa visão sobre nós, o outro e o futuro.

Por mais que, em algumas culturas, a morte seja entendida como uma passagem para uma nova vida, ou para uma vida melhor, ou para o encontro com Deus, ou seja, como algo positivo, a tristeza da perda é inevitável e totalmente compreensível em todas as culturas.

O que fazer

É muito comum pessoas mudarem de casa, focarem totalmente no trabalho, nos estudos, como uma fuga dos sentimentos, da vivência do luto.

Seja qual for a perda, o luto precisa ser vivenciado, falado, chorado, expressado, para que possamos, de fato, lidar com ele. Não lidar com o luto, não é uma opção. O silêncio, a introspecção, o evitar falar sobre o assunto, não eliminam o sofrimento, e podem até intensificá-lo a níveis insuportáveis, trazendo, muitas vezes, o estreitamento de perspectivas, que podem levar a um quadro depressivo, e até mesmo a tentativas de suicídio.

O desafio do luto é superar as crenças de que não conseguiremos seguir em frente, devido à perda que sofremos, seja por uma sensação de dependência emocional, seja pela real dependência financeira, seja por uma questão de sobrevivência em certos ambientes, ou pelo fim de um projeto de vida, o qual não poderá seguir sem adaptações, ou simplesmente chegou ao fim definitivamente, e portanto, precisaremos reorganizar toda nossa vida, nossos objetivos, nossos sonhos e propósitos.

Rede de apoio

O luto não tem prazo definido, e deixa feridas emocionais que podem não cicatrizar. Entretanto, o luto não impede nosso organismo de funcionar, e, por isso, não nos impede de seguir em frente, apesar dele, e é por isso que, quanto mais nos permitirmos lidar com essa dor, melhor nos adaptamos ao novo modo de enfrentar os desafios da vida.

Para nos ajudar a lidar com o luto, precisamos de nossa rede de apoio, ou seja, pessoas com quem possamos desabafar, chorar, lembrar de momentos bons e ruins que tivemos. Essas pessoas são as que melhor nos acolhem, sem julgar ou minimizar nossa dor, respeitando e dando apoio, para que possamos exteriorizar nosso sofrimento e ir lidando com ele, no nosso ritmo.

Em algumas situações, quando não há rede de apoio, ou quando o luto é muito intenso, seja por uma sequência de perdas, ou por uma perda muito profunda, onde se instala um quadro de depressão, ansiedade, e/ou transtornos, faz-se necessário um atendimento profissional, que pode envolver psicoterapia e ainda intervenção medicamentosa (psiquiatra).

 

Luto, Tristeza, Depressão - Por Darci Montanari

Lembre-se: em caso de sofrimento intenso, procure um profissional.

Psicólogo Darci Montanari

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